O mundo está de olho nesta sexta-feira (26/7) na abertura das Olimpíadas de Paris 2024, e a chama olímpica, por lá, acende mais que o espírito esportivo por aqui: ela relembra valores e ideais de determinação, transformação e esperança. Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) , por meio da Subsecretaria de Prevenção Social à Criminalidade (Supec), celebra durante todo o ano esse mesmo espírito com o programa Fica Vivo!, que utiliza o esporte como ferramenta essencial para a prevenção da criminalidade e construção de um futuro melhor para milhares de jovens.
O Fica Vivo! atende, em média, 7.800 jovens mensalmente em 32 Unidades de Prevenção à Criminalidade (UPCs) espalhadas por todo o estado. São 18 modalidades esportivas oferecidas a jovens de 12 a 24 anos moradores de áreas de vulnerabilidade e, dentre elas, a metade se enquadra em modalidades olímpicas: futebol, vôlei, tênis, futsal, taekwondo, basquete, artes marciais, skate e patinação artística.
A diretora de Políticas de Prevenção Social à Criminalidade para a Juventude da Sejusp, Ana Carolina Ferreira, acredita que o evento mundial renova o sonho dos vários jovens atendidos pelo programa. “Saber que alguns atletas pelo mundo começaram em projetos sociais os inspira a continuar treinando e participando de competições promovidas pelo Fica Vivo!”, afirma. Inclusive, a alta oferta de esportes olímpicos no programa acontece pela grande demanda e interesse dos atendidos, além da identificação dos oficineiros com esses esportes.
Tathá, Dedé e Alessandro: sonho e inspiração
Ao longo dos 20 anos de execução do Fica Vivo! em Minas, são muitos os exemplos inspiradores e de sucesso. Histórias de jovens que decidiram seguir a carreira de atleta, que ganharam e ganham medalhas e novos caminhos para a vida, longe da criminalidade. Seguindo os valores olímpicos de dedicação e perseverança, a oficineira Tathá, de 30 anos, moradora da Pedreira Prado Lopes, em Belo Horizonte, já foi atendida pelo programa e agora leva como meta de vida não deixar que suas alunas percam a determinação. “O futsal representa uma grande parte da minha vida, ele me ensina, eu passo para frente. E a melhor parte é que ele me faz feliz”, completa. Ela atua como jogadora em um time de Belo Horizonte e participa de diversas competições.
David Pacheco, conhecido como Dedé, tem 21 anos e joga futebol de campo na UPC Jardim Leblon desde 2015. O seu sonho é ser jogador profissional, disputar as Olimpíadas e a Copa do Mundo. Sua jornada no esporte inclui um gol de bicicleta no Mineirão durante uma das edições das Olimpíadas promovidas pelo Fica Vivo!. As oportunidades já estão batendo à porta: ele já jogou na base do Cruzeiro e, atualmente, defende o Ipatinga. “As competições como os Jogos Olímpicos me deixam muito inspirado. Ver os grandes atletas, sonhar em estar ali, isso dá muita força”, conta.
O skate, a recém modalidade olímpica que tem ganhado destaque no Brasil e no mundo, também tem um candidato em Minas Gerais. Alessandro Vinícius Rodrigues, de 23 anos, morador de Vespasiano, participa das oficinas de skate na UPC Morro Alto e encontrou no esporte uma forma de viver melhor. “Posso dizer que não há nada melhor do que me esforçar para fazer uma manobra e conseguir. Vibrar com meus amigos e comemorar”, diz o jovem, que tem o atleta skatista Rodrigo Fortunato, que está na disputa por uma medalha em Paris 2024, como maior inspiração.
Olimpíadas do Fica Vivo!
O Fica Vivo! também promove sua própria versão das Olimpíadas. Na última edição, foram 145 jogos nas modalidades Patinação Artística, Futebol de Campo, Futsal, Futebol de Areia, Basquete, Handebol, Voleibol, Skate e Lutas (Taekwondo e Hapkido). Foram realizadas dez modalidades de competições esportivas em quatro classificações de categorias: sub-15, sub-18, sub-24 e misto. Participaram 2.500 adolescentes e jovens atendidos de Belo Horizonte e Região Metropolitana, durante 30 dias de competições na 9ª edição do evento.
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